“Lightweight Steel Framing” – LSF é a designação
internacionalmente conhecida para o sistema construtivo em que a estrutura é
constituída por perfis metálicos galvanizados enformados a frio de reduzida
espessura (na ordem de um milímetro) e, consequentemente, de peso muito
reduzido (leve). Os primeiros edifícios construídos em LSF remontam ao início
do século XX, onde se tentou replicar a construção em madeira, que na altura
era o sistema construtivo mais usual, por exemplo nos Estados Unidos da América
(EUA). O sistema construtivo em LSF permitiu ultrapassar algumas das lacunas da
construção em madeira, como por exemplo a sua vulnerabilidade ao fogo, às
térmitas e às variações de humidade, com a vantagem adicional de possuir uma
superior resistência mecânica, muito útil aquando da ocorrência de condições
atmosféricas extremas, e.g. furacões e tornados.
Os
primeiros protótipos de moradias em LSF foram apresentados na Exposição Mundial
de Chicago (EUA) em 1933, em que estas casas foram apresentadas como sendo as
“casas do futuro” [1]. Foi também nos EUA que surgiu o primeiro
código/regulamento de dimensionamento de estruturas em LSF publicado em 1946
pelo AISI “American Iron and Steel Institute” [2], designado de “Specification
for the Design of Light Gage Steel Structural Members”.
Após a 2ª
guerra mundial, devido à enorme devastação dos edifícios que ocorreu durante a
mesma, à necessidade urgente de reconstrução em países como a Alemanha, França
e Japão, às preocupações ambientais de proteção das florestas, ao aumento do
preço da madeira e à experiência adquirida na utilização de aço durante os anos
de guerra, a prefabricação e a construção em massa de estruturas em LSF sofreu
um novo impulso.
A
construção de elementos divisórios interiores (e.g. paredes de
compartimentação) em LSF é um outro nicho de mercado onde este sistema
construtivo tem ganho expressão muito significativa, devido às
suas
vantagens competitivas. Por exemplo, a SFA “Steel Framing Alliance” [3]
anunciou que em 2004, nos EUA, 81 % das paredes divisórias interiores foram
executadas em LSF. Atualmente, de acordo com os relatórios fornecidos pela SFIA
“Steel Framing Industry Association” [1], 30 a 35% de todos os edifícios não
residenciais nos EUA são construídos com elementos estruturais e não
estruturais em LSF.
Em
Portugal, a construção tradicional em betão armado e alvenaria de tijolo
continua a dominar o mercado nacional, tendo as pessoas que pretendem construir
a sua casa, uma grande aversão à mudança para sistemas construtivos inovadores,
por receio de que algo corra menos bem ou mesmo mal. Apesar disso, surgiram no
mercado nacional diversas empresas de conceção, projeto e execução de
construções em LSF que se têm afirmado de uma forma muito positiva e dado
provas das vantagens inerentes a este sistema construtivo inovador. De facto, a
crise que surgiu no sector da
construção
nacional, como consequência da crise económica internacional no final da 1ª
década deste milénio, levou a que muitas empresas de construção “fechassem
portas”, outras procurassem novas oportunidades no estrangeiro, e outras ainda
apostassem em sistemas construtivos inovadores para se distinguirem da
concorrência, apresentando diversas mais-valias como é o caso das construções
em LSF (e.g. económicas, rapidez de execução, melhor desempenho, adequação à
prefabricação industrial em série, melhor garantia e controlo de qualidade,
peso reduzido e facilidade de transporte, durabilidade e facilidade de
manutenção, etc.). Dadas as caraterísticas inerentes ao sistema construtivo em
LSF, em particular a sua leveza e o seu elevado potencial para a prefabricação,
este sistema tem um grande potencial para ser utilizado no mercado da
reabilitação de edifícios e também para exportação para países onde o mercado
da habitação ainda está ávido de casas novas e onde os recursos para as
construir de forma tradicional são muito escassos ou inexistentes (e.g. alguns
países do continente Africano).
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